Método Montessori: o que é e como aplicar em casa

Método Montessori: o que é e como aplicar em casa

Se você é uma mãe ou um pai que gosta de ler sobre desenvolvimento infantil e busca sempre informações a respeito, vai encontrar na literatura muitas menções à médica italiana Maria Montessori e seu método montessoriano. Bem resumidamente, no fim do século XIX, Montessori passou a observar o comportamento de crianças vivendo livremente em uma casa que era reestruturada de acordo com as necessidades dos pequenos. E isso contribuiu para o desenvolvimento motor, cognitivo, sensorial e emocional dessas crianças.

Essa perspectiva educacional pode ser aplicada em escolas e em casa, mas muita gente acredita que é complicada, cara e que exige estudo. Não é bem assim! Os princípios de Maria Montessori são simples e giram em torno da autoaprendizagem. “Vida e liberdade são sinônimos para a médica italiana”, explica a pediatra Dra. Kelly Oliveira. Isso significa que, dando os artifícios e as ferramentas corretas, a criança consegue aprender por si só usando seus sentidos.

Para aplicar o método em casa, um dos lemas principais é o famoso “menos é mais”. Por exemplo, em um quarto de criança, esqueça aquelas pilhas enormes de brinquedos. A organização das poucas opções é crucial para criar um senso de responsabilidade nos pequenos. “Quando existem menos opções, eles se concentram mais no que estão fazendo e o ganho com cada atividade é maior”, garante a pediatra.

Dentro de um quarto montessoriano, cama está na altura da criança para que ela consiga subir e descer sozinha, encorajando a sua própria autonomia. Maria Montessori acreditava que as crianças não são seres passivos, prontos para serem moldados por adultos: elas são protagonistas da construção da humanidade. Sendo assim, caminham o tempo todo para se tornarem independentes de seus cuidadores.

Um espelho na altura do chão para que ela consiga se ver sozinha pode ajudá-la a adquirir a consciência de que ela é um indivíduo, e não uma extensão dos pais. Os brinquedos também devem estar acessíveis para que o bebê consiga usá-los e guardá-los, quando quiser.

Outra dica é fazer um rodízio de tais brinquedos, não deixando-os disponíveis ao mesmo tempo no quarto da criança. A cada duas semanas, guarde alguns e deixe outros disponíveis para trazer uma cara de novidade ao dia a dia do seu filho. Ele aproveitará ainda mais cada ciclo de opções. Os brinquedos montessorianos são construídos com madeiras e outros materiais como a cerâmica, mas você também fazer isso com os brinquedos que o bebê já tem.

O método Montessoriano não se limita apenas ao quarto: você pode aplicá-lo em outros ambientes da casa. Na cozinha, coloque um bebedouro baixinho, na altura da criança, para que ela se sirva sempre que tiver sede. E, se puder, uma bancadinha com os pratos e copos infantis, para motivá-la a buscar sempre que precisar, sem depender de ninguém.

Aquele famoso banquinho ou escadinha de apoio, que no método Montessori é chamado de “torre de aprendizagem”, são ótimos para incentivar a criança a participar de atividades diárias como simplesmente lavar um alface enquanto você prepara um almoço. “O adulto não está lá para fazer pela criança, e sim guiá-la”, afirma a Dra. Kelly Oliveira. Na hora de lavar a louça, você pode colocar uma bacia no chão com água para que ela imite o que está fazendo, só que com os brinquedinhos dela.

E será que seguir o método Montessori pesa mesmo no bolso? “Algumas coisas realmente são mais caras por serem de materiais mais nobres, mas elas duram muito mais tempo. E a criança também tem menos coisas à disposição, ou seja, não é mais caro do que enchê-la de brinquedos e optar por outros métodos educacionais”, pontua a pediatra brasileira. Os itens montessorianos são feitos pensando nessa filosofia da durabilidade e do máximo aproveitamento possível, sendo um excelente custo-benefício.

Muitos pais ficam temerosos em deixar as crianças mais soltas, mas vale lembrar que, para aplicar o método em casa, você deve ter tomado todos os cuidados em relação à segurança dos ambientes, veja mais em: Como deixar a casa segura para os bebês. Isso não muda em nada. Essa perspectiva educacional também não anula a participação dos pais nas atividades da criança, mas transforma seus papéis. “Você deve interagir e estar perto do seu filho, mas ao mesmo tempo deixá-lo descobrir as coisas no tempo dele”, explica a médica.

Viu só como não é nenhum bicho de sete cabeças? Se você tem mais alguma dica imperdível, deixe seu comentário e continue navegando em Mais Abraços para ler tudo sobre desenvolvimento infantil.