Mães comentam a volta ao trabalho após a licença-maternidade

Terminada a licença-maternidade, a volta ao trabalho representa uma série de rearranjos na vida da família: uma nova rotina, a escolha de quem cuidará do bebê, a adaptação. Como o frio na barriga é intenso, conversamos com duas mães para saber como elas viveram a retomada da atividade profissional.

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Flexibilidade corporativa

Catalina Chaves, gerente de projetos para uma consultoria global, nos conta que teve muitas dúvidas, mas que o apoio da empresa e da família foram determinantes para o retorno ao trabalho.

“Voltar ao escritório era um assunto que me preocupava bastante desde que nasceu o meu bebê. Aliás, passei semanas duvidando muito se realmente queria voltar a trabalhar. Não pelo trabalho em si, porque é algo que faço com paixão, mas porque não encontrava uma opção de cuidado para meu filho que me convencesse 100%,” afirma.

No caminho para criar o melhor plano, Catalina avaliou com atenção as oportunidades e limitações que tinha diante de si. “Depois de analisar as opções que o meu trabalho me dá, como o home office e as saídas para a amamentação, decidi que era uma boa ideia contratar uma babá que pudesse cuidar do meu bebê enquanto eu saía para trabalhar ou fazia home office,” acrescenta.

Apoio da família

A designer gráfica Mariana Thames teve uma experiência diferente, uma vez que morava perto dos pais. A ajuda deles foi de vital importância na volta dela ao trabalho. “Nunca me preocupei muito em fazer um plano, pois sabia que ia contar com o apoio dos meus pais. Mas, ainda me comove deixar a minha pequena, que, às vezes, fica chorando ao me ver sair. Me tranquiliza saber que está bem cuidada,” relata.

Em busca de equilíbrio

Como Mariana e Catalina, as mães que voltam ao trabalho se dão conta de que o dia a dia não se parece em nada com o que tinham antes. São necessários ajustes para tentar um equilíbrio que permita ser uma mãe presente e uma profissional satisfeita.

“Não posso dizer que voltar ao trabalho foi fácil, mas o mais difícil é se acomodar em uma rotina que não existia antes”, diz Catalina. “No dia em que vou ao escritório, volto para a minha casa uma hora antes para não enfrentar muito trânsito e poder ver meu filho antes que ele durma. Aproveito o benefício da jornada flexível e compenso trabalhando algumas horas à noite, quando meu bebê já está dormindo. O meu dia é muito ocupado, mas, felizmente, com a flexibilidade, estou conseguindo levar.”

Para Mariana, falar sobre a filha com os colegas e trabalhar de casa ajudaram nesse novo processo. “Geralmente, só vou um dia por semana ao escritório, o que me permite passar muito tempo com o meu bebê. Mas devo confessar que gosto de ir para o trabalho e compartilhar com meus colegas a felicidade de ter um bebê, mostrando fotos de como vai crescendo e se desenvolvendo”, diz a designer.