Educação positiva: o conceito e como aplicar

Sabemos que educar um ser humano é tarefa desafiadora. Isso porque nem sempre o que será dito em casa é o que permanecerá com a criança pela vida: há influências externas e a própria personalidade daquele indivíduo a serem levadas em consideração. Mas é possível — e necessário! — estar atento a esse processo tão importante da criação.

A educação positiva é um conceito que se baseia na psicologia positiva, vertente criada em 1998 pelo psicólogo Martin Seligman. É uma junção de práticas que visa contribuir para o desenvolvimento humano de forma que sejam incentivados a autonomia, o equilíbrio, a inteligência emocional e a resiliência.

Dentro do método da educação positiva, a compreensão é a palavra-chave. E não só com os seus filhos, pois ser uma pessoa autocompassiva irá também lhe ajudar nessa jornada, afinal, você, como educador ou educadora, também está em constante aprendizado. Além disso, é importante lembrar que funcionamos como um espelho para os pequenos.  

Etapas

Há ainda outras etapas da educação positiva. Confira algumas:

• É preciso envolver as crianças e os adolescentes nos problemas do dia a dia e colocá-los para pensar em uma solução. Isso cria senso de coletividade e de resolução.
• É necessário ser firme em suas decisões e imposições, sem abrir mão da gentileza e da clareza. Para isso, você pode beber de fontes como a comunicação não violenta, que prega, sobretudo, que a pessoa seja assertiva sem ser grosseira.
• Quando for criticar uma postura errada, esteja atento ou atenta às escolhas de suas palavras e lembre-se de criticar apenas a atitude, nunca a pessoa. Além disso, entender as motivações por trás do ato também pode ser revelador.
• Dentro da sua lista de regras — que devem ser claras —, estabeleça acordos que façam sentido para a criança, como “você não pode fazer isso porque irá causar aquilo.” Essa explicação pode parecer boba, mas inclui a noção de causa e efeito que é tão importante nesse processo.
• Estimular tanto a gratidão quanto o otimismo no dia a dia dos filhos — e ser assim também, pois somos exemplos — é de fundamental importância.
• Dialogue sempre. Não se canse de conversar, ponderar, negociar e explicar. Abdique da violência, dos gritos e dos gestos agressivos e troque-os pelo diálogo, como você faria com um adulto.
• Escute com atenção: a empatia é gerada por meio da escuta ativa de ambas as partes. Perceba que seu filho, quando escutado, passa a escutar mais também.

Educação é troca

Para a educadora Telma Abrahão, é preciso compreender que as crianças possuem um cérebro ainda imaturo, portanto cabe aos adultos gerenciar suas próprias expectativas em relação ao comportamento de seus filhos, os quais ainda não têm condições neurológicas de lidarem com o que sentem. Em vídeo para o Portal Plenae, ela relembra a importância de regularmos nosso próprio equilíbrio e também de nos tirarmos desse papel de vilão sempre incumbido aos pais. Assim, é possível estreitar laços que podem estar frouxos. Ademais, é importante saber que o processo da educação positiva é longo, contínuo e constante.

Por fim, não se esqueça de, sempre que puder, incentivar a autonomia daquele sujeito que está se constituindo todo dia um pouco mais. Não faça tarefas que ele é capaz de fazer e, quando elas forem realizadas, elogie e use palavras positivas para reconhecer o seu trabalho.

Uma educação positiva é aquela na qual se validam as próprias emoções e, então, as do outro; em que se entendem as demandas e se sabe que cada indivíduo, independentemente da idade, é um universo complexo e profundo.

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